Uma equipa de investigadores que integra elementos da Universidade de Évora responde a uma questão há muito discutida entre a comunidade de cientistas que estuda as lampreias.
As lampreias ocorrem tipicamente em pares com ciclos de vida divergentes: uma parasita anádroma e uma não-parasita residente em água doce. Desde há décadas que os cientistas têm tentado perceber se estas “espécies pares” são entidades taxonómicas distintas ou um resultado de plasticidade fenotípica associada a uma única espécie, i.e. dois ecótipos. Investigadores da Universidade de Évora, do Centro de Oceanografia, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, e do Centro de Biologia Ambiental, em colaboração com colegas da Universidade de Basileia, encontraram uma forte diferenciação genética entre as lampreias simpátricas Lampetra fluviatilis e Lampetra planeri, fornecendo a primeira evidência genética para a validação taxonómica destas duas espécies europeias de lampreia.
Este trabalho, recentemente publicado na revista Current Biology, evidencia o poder das tecnologias de sequenciação massiva na resolução de questões há muito discutidas na comunidade científica, e teve grande impacto na imprensa Suíça, tendo sido destacado em jornais como o Neue Zürcher Zeitung e o Tages-Anzeiger.
O trabalho foi desenvolvido no âmbito da dissertação de doutoramento da aluna Catarina Mateus, orientada pelo Prof. Doutor Pedro Raposo de Almeida (UE/CO) e pela Doutora Maria Judite Alves (MUHNAC/CBA).
Saiba mais:
Catarina S. Mateus, Madlen Stange, Daniel Berner, Marius Roesti, Bernardo R. Quintella, M. Judite Alves, Pedro R. Almeida, Walter Salzburger (2013) Strong genome-wide divergence between sympatric European river and brook lampreys. Current Biology, 23, R649–R650.
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982213007513