David Mateus, bolseiro de investigação no CIEMAR, galardoado com o "Prémio de Mestrado em Ecologia dos Sistemas Aquáticos SPECO - MARE", pela tese de mestrado realizada em 2017 com o título "Variabilidade espacial e temporal do recrutamento de Pollicipes pollicipes na região de Sines".
A realização do trabalho agora premiado, segundo o investigador, possibilitou “obter recrutamento de percebe num substrato artificial novo (“barticle”); obter a variação temporal do recrutamento de percebe em “barticles” e em conspecíficos; estudar índices de recrutamento em “barticles” e em conspecíficos e definir a época de recrutamento utilizando cada índice; estudar a estrutura dimensional dos juvenis fixos em “barticles” e em conspecíficos; relacionar o recrutamento de percebe com variáveis ambientais; estudar a variação espacial e temporal da disponibilidade larvar de percebe” bem como aprofundar o estudo da “variação espacial do recrutamento de percebe em locais com acentuada variação de exposição ao hidrodinamismo e de abundância de percebes”.
Os resultados entretanto obtidos “têm aplicação direta em estudos sobre a monitorização do recrutamento do percebe” sublinha o investigador. Por outro lado, “o conhecimento obtido através da utilização dos “barticles” pode ter aplicações práticas em conservação e recuperação de populações exploradas de percebe, bem como em aquacultura de percebes, utilizando os “barticles” como substrato de fixação larvar”.
A tese de mestre em Biologia Marinha foi realizada sob a orientação científica de Henrique Queiroga, professor do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, Teresa Cruz, professora do Departamento de Biologia da Universidade de Évora e de David Jacinto, investigador do MARE - Centro de Ciência do Mar e do Ambiente, Universidade de Évora.
O concurso pretende premiar trabalhos de investigação de âmbito ecológico desenvolvidos em todo o tipo de sistemas aquáticos, naturais ou artificiais, incluídos, quer em meio dulciaquícola, quer em meio salobro ou marinho. Engloba, assim, águas subterrâneas, rios e ribeiros, lagos, albufeiras, canais, paúis, estuários, lagoas e rias, zonas marinhas costeiras e águas oceânicas abertas e profundas. Podem incidir sobre aspectos ecológicos a diferentes níveis da organização dos seres vivos, desde o ecossistema, à comunidade, espécie, população ou mesmo a níveis inferiores de organização dos seres vivos, e sua relação com as condicionantes ambientais.
A atribuição do prémio será feita no âmbito do 17º Encontro Nacional de Ecologia, numa sessão que terá início às 16h30 de 16 de Novembro, na Universidade de Évora.